É mais comum do que você imagina: o câncer de mama em pets é uma das doenças mais perigosas na vida de cachorros e gatos. Silenciosa e extremamente letal, essa patologia pode ter relação com diversos fatores e acometer machos e fêmeas.
Você já deve ter ouvido muitas teorias sobre o câncer de mama nos bichinhos, mas saiba que existem muitos mitos e informações falsas quando falamos no assunto. Conhecer a fundo a doença é fundamental para oferecer os melhores cuidados aos animais.
No post de hoje, vamos explicar melhor como a doença se manifesta, como tratá-la e como fazer a prevenção correta. Lembre-se que o diagnóstico preciso e o tratamento correto só podem ser definidos pelo médico-veterinário. Vamos ao texto?
O que é o câncer de mama em cachorros e gatos?
Também conhecida como carcinoma mamário, o câncer de mama acontece quando células do tecido mamário crescem de maneira irregular (efeito conhecido como neoplasia), ocasionando o surgimento de tumores na região.
Os tumores podem ser benignos, quando não há metástase, ou seja, as células cancerosas não se espalharam pelo corpo e podem ser removidas.
No entanto, há a possibilidade do câncer ser maligno, situação em que as células já se espalharam pelo organismo e já atingiram outros órgãos, o que acontece em um em cada três casos.
Câncer de mama em pets: um perigo real
Cinco em cada dez cadelas e três em cada dez gatinhas serão acometidas pelo câncer de mama. Os dados do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) são alarmantes, mas reais: a doença é perigosa para qualquer pet, independentemente de raça, idade ou sexo.
Outubro é o mês conhecido pela prevenção ao câncer de mama em humanos, mas a campanha nos últimos anos também contempla os cuidados para evitar a doença nos peludos.
Embora a maior incidência da doença esteja em cadelas e gatas, animais machos também apresentam risco. Portanto, a precaução deve envolver todos os bichinhos, ainda mais quando 20% dos casos são diagnosticados tardiamente, dificultando as chances de recuperação.
Causas do câncer de mama em pets
Existem alguns fatores que podem impulsionar o surgimento da doença nos bichinhos, mas uma delas é, de longe, a mais comum: a não castração ou a castração tardia dos pets.
Se você ainda não conhece os benefícios da castração, nós temos um conteúdo aqui no blog bem completo sobre o tema. É só clicar aqui para conferir!
De modo geral, a castração é uma intervenção cirúrgica para a retirada dos órgãos reprodutivos dos animais e impedir que eles consigam se reproduzir.
Há muitos benefícios em optar pela castração, como evitar a superpopulação de animais em situação de rua, reduzir as chances de acidentes e o principal: diminuir consideravelmente as chances do câncer de mama.
Sem o útero, ovário ou testículos, acontece uma queda na taxa hormonal, o que reduz bastante as chances de células cancerígenas surgirem. Entretanto, saiba que existem outros indicativos para o surgimento do câncer de mama.
Ingestão de medicamentos hormonais
Ao ingerir anticoncepcionais ou suplementações ao longo da vida, assim como a injeção contraceptiva, o risco do aparecimento do câncer de mama pode aumentar. Esses medicamentos potencializam a produção de hormônios, aumentando as chances de tumores na região mamária.
Obesidade
Um cãozinho obeso pode ser um risco para a sua própria saúde. Com a desaceleração do metabolismo e o acúmulo de gordura corporal, essa condição pode desencadear inúmeros problemas, inclusive o câncer de mama.
Gravidez psicológica
A pseudociese, conhecida como gravidez psicológica, é uma condição que pode afetar diretamente o organismo dos pets, causando diversas disfunções e desequilíbrios hormonais. O câncer de mama, portanto, pode surgir nesses casos.
Câncer de mama em pets: sintomas
Assim como qualquer outra doença, quanto antes o câncer de mama for identificado, maiores são as chances de cura e de uma recuperação rápida e saudável.
Um pet que está acometido pela doença apresenta alguns sintomas bem evidentes, mas que podem ser confundidos com outras doenças. Logo, o principal indicativo para constatar o nódulo é apalpar as mamas do animal, a fim de encontrar algum caroço na região.
Esse caroço, na maioria das vezes, é uma massa móvel que oscila no tecido da pele. No entanto, esse tumor pode estar fixado nos músculos. Em ambos os casos, ao encontrar qualquer anomalia na região, vá imediatamente ao médico-veterinário.
Outros sintomas comuns de câncer de mama em cadelas e gatas são:
• Inchaço nas mamas
• Febre
• Tosse
• Perda do apetite
• Apatia
• Perda de peso
• Secreções nas mamas com forte odor
• Mamas avermelhadas e sensíveis
• Animal lambendo a região mais que o normal
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico do câncer de mama em cachorras e gatas deve ser feito por um profissional da medicina veterinária. Por essa razão, jamais inicie o tratamento da doença sem antes consultar-se com uma pessoa qualificada na área.
Geralmente, essa constatação é feita por meio de exames clínicos e laboratoriais, em que a própria clínica veterinária é capaz de fazer. Os mais comuns são estes:
• Tomografia
• Ultrassonografia
• Citologia aspirativa
• Radiografia
• Ressonância magnética
Após a biópsia, será possível entender se é um tumor benigno ou maligno, o quanto ele já afetou o organismo do pet e qual será o tratamento indicado para o caso, de acordo com a gravidade da doença.
Existe tratamento para o câncer de mama em pets?
Afinal, o câncer de mama em gatos tem cura? E quanto aos cachorros, eles podem se recuperar? A resposta é: depende.
Quando falamos em câncer de mama em pets, falamos principalmente sobre tempo. Ou seja, em que momento a doença foi diagnosticada e o que pode ser feito a partir dessa situação.
No caso dos gatos, por exemplo, o tumor mamário que se desenvolve é o adenocarcinoma, um tipo de câncer extremamente brutal que cresce muito rápido e se espalha facilmente por todo o organismo, inclusive para os linfonodos, que ficam próximos à mama.
Na maioria dos casos, o primeiro passo para o tratamento é a remoção total do tumor por meios cirúrgicos. Quando se trata de um nódulo benigno, basta removê-lo e aguardar a recuperação do pet.
Para tumores malignos, a situação é um pouco diferente. Além da remoção completa do cisto, é preciso torcer para que não tenha acontecido a metástase, que é quando as células cancerígenas já se espalharam pelo corpo.
Nesses casos, mesmo com a quimioterapia, as chances de sobrevivência são mínimas. O tratamento, então, passa a ser paliativo, com medicações que buscam trazer mais conforto e menos dor para o restante de vida do animal.
Quanto custa o tratamento?
Desde o momento do diagnóstico até a cirurgia de remoção de tumores e da mama, conhecida como mastectomia, é importante que você esteja preparado(a) para arcar com todos os procedimentos médicos necessários.
O valor da cirurgia vai variar de uma região para outra. A escolha por uma clínica pública ou privada também é outro fator que pode diferenciar o custo para realizar a intervenção cirúrgica.
Esteja ciente que os custos não param por aí. Além da cirurgia, você vai precisar gastar com os exames prévios, as consultas ao médico-veterinário, a anestesia, os remédios e curativos e, se for o caso, com o tratamento quimioterápico.
Câncer de mama em cães e gatos: como prevenir?
Existem alguns fatores que podem prevenir o câncer de mama em gatos e cachorros. Conheça os mais comuns.
Rotina de consultas
Nenhum tipo de prevenção será tão efetivo quanto ter uma rotina de consultas ao médico-veterinário, de preferência de uma a três vezes ao ano. Esse hábito evita que enfermidades, como o próprio câncer de mama, se desenvolvam, o que permite iniciar os cuidados antes mesmo da proliferação da doença.
O câncer de mama pode ser silencioso e, em alguns casos, só consegue ser identificado por meio de exames. As idas a esse profissional, então, devem ser prioridade nos cuidados com o seu peludo.
Castração
A castração é fundamental para evitar o câncer de mama, pelo fato de retirar os órgãos reprodutivos do animal e diminuir a taxa hormonal na região. Para se ter uma ideia, quando o procedimento é feito antes do primeiro cio do pet, as chances do animal ter a doença são menores que 1%.
Geralmente, essa definição do período ideal para a castração depende de alguns fatores de saúde do animal, que somente um médico-veterinário pode estabelecer. No entanto, é quase unânime entre os profissionais da área que a castração deve ser feita antes dos dois anos de idade do bichinho.
Atenção constante
É importante estar em atenção frequente aos sinais que o pet dá, assim como passar constantemente a mão no seu corpo, a fim de encontrar algum nódulo ou anomalia.
Para quem tem cachorros ou gatos macho, o cuidado deve ser o mesmo, uma vez que, mesmo em menor proporção, eles também são acometidos pela doença.
Note se as mamas do animal estão avermelhadas, se ele está com um comportamento diferente, mais apático, preguiçoso e com perda de apetite. Esses sinais não querem dizer que ele está com câncer de mama, propriamente, mas que algo com a sua saúde pode não estar bem.
Quais devem ser os cuidados com cachorros e gatos com câncer de mama?
Se o seu cãozinho ou gatinho foi acometido pelo câncer de mama, você deve oferecer os melhores cuidados possíveis para a sua saúde física e mental. Em casos em que o tumor é maligno e a metástase já ocorreu, é importante proporcionar qualidade de vida para o restante da jornada desse pet.
Dê os remédios nos horários corretos, invista em boas rações, continue com o acompanhamento médico e o principal: esteja ao lado dele e não economize no carinho e na companhia.
Bichinhos nessa condição estão mais fracos fisicamente e vulneráveis emocionalmente. O papel dos tutores, então, é tratá-los da melhor maneira possível, oferecendo tudo o que podem. Tenha certeza que um pet feliz pode viver mais e melhor!
O câncer de mama é uma doença evitável, mas que atinge muitos pets pelo mundo. A prevenção é o melhor caminho para evitar que mais animais sejam acometidos, e a castração é a melhor ferramenta para oferecer mais longevidade e qualidade de vida aos bichinhos.
Agora que você já conhece os riscos do câncer de mama e como preveni-lo, leia também sobre outra doença tão grave quanto ela: a febre maculosa. Nos vemos na próxima!
Fonte: BLOG Tudo de Bicho