Quando ocorre um crescimento anormal, desordenado e persistente dos tecidos, mais rápido do que os tecidos normais, caracteriza-se a neoplasia. Vivendo por mais tempo, alimentando-se de rações com conservantes e expostos à poluição do meio ambiente, os animais estão mais sujeitos a desenvolver neoplasias.
Tumores mamários são muito comuns em cães e gatos. Há uma gama enorme de tipos histológicos que acometem os cães, mas, na maioria dos casos são tumores benignos. Já nos gatos, a maior parte dos tumores são malignos e altamente agressivos. O tumor de mama é o segundo mais comum em cães e o primeiro mais comum em cadelas. Acometem, no geral, animais mais velhos (com cerca de 10 anos de idade), de preferência, ocorrem em animais que possuem todo o seu aparelho reprodutivo (inteiro) e aqueles que foram castrados, após numerosos cios. Não há uma preferência por nenhuma raça, todas estão sujeitas a essa enfermidade.
Em gatos, esse tipo de neoplasia é menos frequente do que em cães, ficando em terceiro lugar. Animais velhos (cerca de 10 e 12 anos) e animais inteiros são, geralmente, os mais afetados, e os Siameses são mais vulneráveis. O aparecimento da doença está relacionado com a produção de hormônios femininos, como o estrógeno e a progesterona. Em cadelas, o risco para o desenvolvimento do tumor mamário está relacionado com o número de ciclos estrais, aumentando, consideravelmente, a cada ciclo estral. Já em gatas, esse risco aumenta em até sete vezes, em fêmeas inteiras, comparadas com fêmeas castradas, na puberdade.
A administração de alguns progestágenos pode aumentar o risco de desenvolvimento de tumores mamários benignos em cães, enquanto que em gatos o uso destes hormônios pode aumentar o desenvolvimento de tumores tanto benignos quanto malignos. Assim como nos seres humanos, os tumores de mama possuem receptores de estrógeno e/ ou progesterona, sendo que quanto maior o número destes receptores, menos maligno ele é.
Nos cães, cerca de 50% dos tumores mamários são malignos e desses, ao redor de 90% são carcinomas. Nos gatos, prevalece também o carcinoma, mas em uma taxa muito superior, acima de 80%. Os tumores benignos não sofrem metástase, mas há a tendência de cadelas desenvolver tumores múltiplos. Entretanto, os tumores malignos podem se comportar de maneira benigna ou muito maligna, sofrendo metástase rapidamente para linfonodos locais e nos pulmões.
Estas neoplasias podem ser múltiplas ou única, sendo palpáveis como nódulos ou massas dentro das glândulas mamárias. Alguns carcinomas inflamatórios agressivos podem apresentar aumento mamário difuso, edema e ulceração. É raro em cães e comum em gatos. A metástase pulmonar causa dificuldades na respiração. O diagnóstico pode ser feito através do exame clínico e palpação, mas deve ser feita a confirmação com o auxílio de algumas técnicas de diagnóstico, como exames de sangue, radiografias, aspiração com agulha fina (FNA) e biópsia.
Na maior parte dos casos, o tratamento para o tumor mamário é a retirada, por cirurgia. Existem, também, outras técnicas de tratamento, como a radioterapia, que mostrou ser pouco efetiva no tratamento desses tumores, assim como a quimioterapia. O melhor método para prevenir o aparecimento de tumores mamários é a castração e, de preferência, antes do primeiro cio do animal, pois após esse período, cai a taxa percentual de prevenção, podendo chegar a ser nula.
Fontes: Por Débora C. Meldau lo Info Escola l Oncologia em Pequenos Animais – Joanna Morris & Jane Dobson – Ed Roca (2007)